OSVALDO GAIA:
TRILHAS ONDE PERDER-SE É O ESSENCIAL.

Desde os momentos iniciais com a cerâmica artística em Belém, Osvaldo Gaia tornou-se um artista com extrema vitalidade criativa. O artista paraense mantém-se na constante busca de desvelamento do universo amazônico tão belo e plural que sua obra assinala e explora com sutileza e densidade. A marca dessa identidade visceral com esse universo se afirma por uma interpretação em que seus signos se revelam a partir de sutis construções. É necessário estar atento para captar as significações por trás das construções que não são entregues de um modo tão fácil ao espectador. Aquilo que poderia ser o lugar comum de um olhar para a Amazônia, revelou-se riquíssimo num repertório de obras sempre tão surpreendentes a universalizar o que na maior parte das vezes poderia ser o lugar comum do exotismo da região sempre em moda. Daí o diferencial em Gaia: uma linguagem em se marca pelas armações possíveis. Como escrevi sobre Entre Elas: “Gaia orquestra seus signos numa profusão de formas que ora surpreendem pela delicadeza, ora se metamorfoseiam indefinidamente”. E dessa mutabilidade matérica geram as trilhas onde perder-se é o essencial. O que prova que a vitalidade criativa desse artista não tem limites.

LUIZAN PINHEIRO
Mestre em História e Crítica da Arte pela UFRJ.
Professor do Instituto de Ciências da Arte (ICA)
Universidade Federal do Pará (UFPA).

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