Joaz Silva nasceu em Casa Amarela em 6 de setembro de 1962. De família humilde e muito religiosa, Joaz Gomes da Silva, trouxe para aquela família um novo jeito de olhar o mundo e por este motivo foi muito mal entendido , principalmente por seu pai, pedreiro de mão cheia, que queria que seu primogênito o acompanhasse em profissão, pois sabia que podia ter condição simples, mas nunca lhe faltaria o pão. Mas Joaz olhava para o outro lado e nos seus 7 anos de idade via nas paredes brancas, zelosamente pintadas por seu pai, um novo universo de criação e ia ele a desenhar, pintar e criar a sua arte, muito admirada por D. Maria de Souza da Silva, sua mãe e primeira fã.
Em depoimento concedido em seu primeiro documentário , D. Maria relata pesarosa que nunca devia ter deixado o marido pintar de branco aquelas paredes coloridas com desenhos tão bonitos. Foi ela a primeira a reconhecer o talento do filho, mas não podia desdizer o marido e assim Joaz foi crescendo, sentindo falta de algo, mas obedecendo seu pai, até o dia em que se viu crescido e vazio, trabalhando em um escritório de contabilidade e contando os dias para pegar no pincel, nos finais de semana, quando corria para a aula de artes plásticas.
Um dia, Joaz foi contratado para fazer o seu primeiro mural em um restaurante, e descobriu que em um dia, poderia receber um salário de um mês inteiro de assistente de contador. Foi a gota d’água; pediu demissão no mesmo dia e decidiu o seu destino.
Como ele mesmo diz hoje, ser Artista Plástico não é uma decisão fácil, principalmente nas condições que enfrentou, sem estrutura e sem apoio, principalmente da família. Seus primeiros trabalhos foram executados em pedaços de papelão, trabalhados com muito carinho para parecerem telas e nelas o talento de Joaz tomava forma.
Colocou seus trabalhos em baixo do braço e percorreu a cidade oferecendo por preços baratos o melhor que ele tinha a oferecer, e sempre há quem reconheça um bravo, há sempre quem reconheça um artista, e com estas vendas iniciais comprou seus primeiros apetrechos de pintura, alguns pincéis, duas telas e as cores básicas de tinta.
Desafios sempre estiveram presentes na sua vida, mas Joaz sempre foi um iluminado e guardado pelos anjos que sempre nortearam sua existência. “Magicamente” boas coisas e pessoas sempre aconteceram na sua trajetória, digo magicamente, porque muitos podem pensar que estas pessoas foram guiadas por algo ou alguém maior, e na verdade seu talento sempre foi incentivado e promovido por profissionais da área, por amigos e até desconhecidos que ao olhar a sua arte viam espaço para promovê-lo. E assim foram acontecendo as primeiras exposições, os primeiros convites para participação em concursos e os primeiros prêmios.
Na necessidade de crescimento da sua arte, Joaz procurou aperfeiçoamento, e encontrou junto à UFPE. A esta altura, Joaz já era reconhecido e procurado por jornalistas e produtores interessados em seus trabalhos. Exposições foram montadas com quadros de estilo inconfundível, retratando igrejas e prédios antigos da cidade de Recife e Olinda, ficou reconhecido como o Mago das Igrejas. Seus trabalhos foram parar em paredes dos Estados Unidos e Bélgica, inclusive em um museu Belga, onde teve um de seus trabalhos premiado.
Bom, parece que o nosso artista conseguiu chegar onde quis, na consagração de sua arte, mas qual nada, ele é um homem ambicioso, e a sua maior ambição é tornar o caminho de outros artistas como ele, menos árduo do que o dele, e neste intuito funda a sua Escola de Artes e descobre um novo talento, não somente ajuda novos artistas mas artista com maiores dificuldades que as que ele teve. Dentre seus alunos surgem pessoas com dificuldades cognitivas o que torna a tarefa ainda mais desafiadora, mas já sabemos que Joaz gosta de desafios, e este ele enfrentou com maior criatividade e carinho que nunca, “voltou a ser criança novamente” para conseguir ajudar estas pessoas e ganhar não somente um novo método de ensino para pessoas com deficiência, mas principalmente mais anjos para a sua causa. Estes alunos têm um carinho especial por este professor que os tirou de um mundo sombrio para um mundo colorido e cheio de possibilidades.
Hoje o maior orgulho do Artista e Professor é fazer a exposição de quadros de seus alunos, e ninguém na plateia distinguir quem tem ou não dificuldades cognitivas. Esta exposição já foi realizada na Casa da Cultura em setembro de 2013 e agora desenha-se uma nova exposição, que deverá acontecer em seu Ateliê, na Estância.
Em plena copa, seus alunos em conjunto com seus colegas de profissão fizeram uma exposição coletiva no Hall de Filatelia da Agência central dos Correios na Av. Guararapes, onde ficaram expostas telas e quadros de 12 artistas plásticos pernambucanos, dentre eles o professor Joaz Silva, mas ele será um dentre eles.
O entusiasmo que toma conta de Joaz Silva, vem da sua obra, vem da energia de seus alunos, mas principalmente vem de um homem que conseguiu superar todos os obstáculos que surgiram com destemor e muita fé, aquela mesma fé absorvida de D. Maria de Souza da Silva quando ainda era criança e com a mesma força demonstrada por seu pai em seus ensinamentos, que mesmo contrários ao seu dom, contribuiu de forma inequívoca para a formação de seu caráter.
A pegada impressionista imposta em seus trabalhos vem mostrando ao mundo o que Pernambuco tem de melhor , seus prédios antigos, as manifestações culturais , seus personagens pitorescos e sua história já mereceram as pinceladas de Joaz Silva, que muito se orgulha de ter o privilégio de poder colocar nas telas tamanho tesouro.
Assim criou em 2014, durante sua estada na Cidade de Caruaru em sua participação no Circuito do Café, a coleção “Linguagem do Agreste”, que retrata o dia a dia do sertanejo e seus costumes, trabalho e laser. Este trabalho foi exposto em 18 telas no Museu do Barro entre novembro de 2014 e janeiro de 2015, obtendo grande repercussão junto à mídia estadual.
A partir desta exposição, foi selecionado para expor na X Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença que acontecerá entre 17 e 25 de outubro/15. na Cidade de Florença na Itália, Mais que um orgulho, uma vitória para um Artista com as origens de Joaz Silva expor em uma Bienal na Europa. Ter os seus trabalhos reconhecidos internacionalmente é fruto de muito trabalho, estudo, dedicação, disciplina e principalmente persistência.
Sem condições financeiras para bancar uma viagem deste porte, ainda mais com o câmbio saltando os preços diariamente, obteve imediato apoio do Sindicato dos Construtores – Marreta, uma vez que seu pai trabalhou por toda a vida na construção civil. E de apoio em apoio conseguiu organizar sua participação.
Em paralelo utilizou-se de uma ferramenta ainda pouco conhecida, mas com grande potencial de viabilizar projetos culturais, o crowdfunding, escolhendo como parceiro o Startando (www.startando.com.br), onde está recebendo doações de todos os que admiram a sua arte e sua trajetória, disponibilizando em contrapartida quadros autorais, que estarão bem valorizados após a sua participação na Bienal de Florença. Um ótimo investimento para quem valoriza arte, principalmente a arte pernambucana.
Na sua volta de Florença, recebu convite para voltar a expor em Florença na Galeria Mentana e em Nova York em 2018 e a partir de agora é seu objetivo principal, viabilizar estas participações, além destes convites, ainda fechou parceria com a Pernambuco Construtora para viabilizar uma escultura para o Edf. Boa Viagem Prince, trabalho que está executando no momento.
Mesmo com tanto compromissos e planos, Joaz dedicou-se recentemente ao seu projeto pessoal de aproximar a arte da sociedade, executando o projeto Amo Colorir em parceria com a produtora Elaine Alves no bairro da Estância, desta vez com parceiros que trouxeram novas atividades para o evento, como Edson Bezerra que capitaneou a oficina de grafitagem e Edson Marques que introduziu a oficina de papietagem. Nesta edição Joaz conquistou parceiros de peso, como a Prefeitura do Recife por seus setores ENBLURB e Secretaria Contra o Crack e Outras Drogas, a Vitarela e Construtintas.
Na verdade Joaz está ampliando seu sonho, o de poder levar as artes plásticas mais longe e sonhando com parceiros que compartilham e apoiam.
As obras de Joaz podem ser visitadas em seu blog.

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